A Coreia do Norte não mudou nada desde a morte de Kim Il-sung, em 1994.
Kim Jong-il tem prolongado a filosofia Juche, o isolamento, a fome e pouco mais.
Há, porém, uma única e grande diferença: o carisma de um líder (com tudo o que este substantivo tem de bom e de mau).
Sung tinha carisma, Jong-il não tem, é trapalhão. Apesar disso, o regime de sufoco continua porque há uma herança do medo. Qualquer olho brilha na Coreia do Norte quando se fala do “Grande Líder”. O mesmo não acontece quando o tema é Kim Jong-il. Ninguém se atreve a dizer mal do “Querido Líder” mas os elogios são muito mais esfuziantes para o pai do que para o filho.
Depois da renúncia de Fidel Castro ouvi alguns especialistas em relações internacionais classificar o gesto do Comandante-em-Chefe como um sinal de abertura e de mudança para os cubanos. Não quero assinar sentenças de fracasso mas, com a saída de Fidel do palco, sai apenas de cena o carisma. A essência do regime continua lá.
Cuba circula numa espécie de poder de sangue em que Raul substitui Fidel mas não é Fidel.
Raul prometeu uma reforma gradual no sistema socialista e reconheceu, há tempos, que a ilha vivia num “excesso de proibições”. Claro que reconhecer isto já é muito. Também no último ano, na Coreia do Norte, Kim Jong-il pareceu estar mais aberto ao exterior.
No entanto, Cuba e Coreia do Norte podem seguir o caminho da China: abertura económica sim mas sempre com a mão-de-ferro do Estado por lá.
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