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Archive for the ‘Viagens’ Category

Há uns anos, depois de regressar da minha viagem à Coreia do Norte, fui convidada a participar num programa de televisão (cujo nome prefiro não referir) e a primeira questão foi qualquer coisa como: “Então Rita, conta-nos, a Coreia do Norte é mesmo um país assustador, não é?”

De lá para cá, de uma ou de outra forma, a pergunta já me foi colocada 4567 vezes. E confesso que é a pergunta que mais me aborrece, porque ninguém tem pachorra para ouvir o necessário contexto da minha viagem e porque a minha resposta, qualquer que seja, será sempre controversa.

Quem ouve um “não, a Coreia do Norte não é um país assustador” pensa que  estou “feita com os gajos” ou questiona-se “como é possível dizer isso de um país que oprime as pessoas?”

Se responder que sim, que “é assustador”, lá vêm mais 433 pessoas dizer que me limito a reproduzir ideias feitas.

E ambos terão razão. Nem o não nem o sim são respostas boas. A pergunta, convenhamos, também não.

Uma resposta destas não se dá de supetão, mas tento resumir que julgo que apenas vi aquilo que me foi permitido ver; que claro que há muitas dúvidas que nos assaltam a cabeça durante uma visita à Coreia do Norte; que não vi fome declarada; que não vi ninguém a ser executado na rua; que vi bicicletas (outra ideia feita, de que não há bicicletas na rua); e que, apesar de tudo, conheci pessoas extremamente simpáticas e genuinamente boas (e talvez ingenuamente também).

Fechem os olhos. Qual é a primeira imagem da Coreia do Norte que vos vem à cabeça?

a) Kim Jong-un

b) Desfile militar

c) Armas nucleares

d) a pivô da televisão norte-coreana

Eu fecho os meus. E à minha mente vêm imagens como: a Miss Kim encantada com um chapéu de palha; o sorriso de menino de Pak Kwang-ung, enquanto dançava no karaoke de Pyongyang; o canto caloroso das cigarras à entrada de Panmunjon; as duas irmãs de mãos dadas, num passeio de domingo com o avô…

É por isso que é tão difícil escrever sobre a Coreia do Norte. Porque vi (eu vi!) imagens ternurentas e sei que fiz amigos para a vida (embora alguns nunca mais os vá ver) e, ao mesmo tempo, as mesmas imagens podem guardar segredos terríveis. Jamais saberei.

O que sei é que, vítimas do tempo e deste tempo, nós jornalistas habituámo-nos a escolher os caminhos mais fáceis, que pretendem ir ao encontro do imaginário das pessoas, em vez de seguirmos estradas de inclinação acentuada, que clarifiquem (ou mesmo que transformem) mentes menos exercitadas.

Faço um mea culpa. Ninguém é inocente. Mas uns serão condenados enquanto persistirem no erro, outros serão ilibados sempre que tentarem fazer melhor.

Desta vez, o programa de investigação “Panorama da BBC persistiu no erro com a reportagem “Undercover in North Korea”. Os repórteres infiltraram-se numa viagem de estudantes, dizendo que de outra forma, enquanto jornalistas, jamais conseguiriam entrar no país mais fechado do mundo. É a primeira de muitas mentiras. E aquilo que se vê nesta reportagem é apenas a repetição de uma fórmula já gasta.

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[Rita Colaço/Coreia do Norte/2006]

imagem-coreia

Para quem ainda não sabia, a Coreia do Norte tem um calendário próprio, ao ritmo do aniversário do Grande Líder.

Se Kim Il-sung fosse vivo (não sendo é como se fosse) faria hoje 101 anos, mas o calendário marca Juche 102. Kim Il-sung nasceu em 1912 e a partir daí começou o ano 1: Juche 1(Juche é um conceito criado por Kim Il-sung e que significa algo como “a Coreia por ela própria”).

Por isso, o ano de 2013  é para os norte-coreanos o ano de 102.

O dia é especial para (quase) todos os norte-coreaanos, mesmo para aqueles que fugiram do país. Quase todos os dissidentes que tenho entrevistado ao longo dos anos me dizem que Kim Il-sung é visto por todos como um herói. Como o homem que libertou a Coreia do Norte dos japoneses. Como o homem que trouxe prosperidade (até finais da década de 80) para o país. Já Kim Jong-il não reunia a mesma unanimidade e “adoração”.

Daí que o dia 15 de Abril seja, de facto, um dia especial para os norte-coreanos e, neste ano, para o mundo que espera em suspenso por um gesto perigoso de Kim Jong-un.

E porque hoje é dia 15 de Abril, ofereço-vos o remake sonoro da minha viagem à Coreia do Norte em 2006. Um retrato que apenas mostra a versão norte-coreana. Esta é a história tal como me foi contada.

(também podem ouvir aqui, mais ou menos ao minuto 29)

Ainda vos deixo a notícia publicada hoje pela KCNA e que, quanto a mim, traz um tom menos ameaçador e mais reconciliador.

 Pyongyang, April 15 (KCNA) — The dear respected

Kim Jong Un received a letter from the Central Committee of the Anti-Imperialist National Democratic Front (AINDF) on Monday, the birth anniversary of President Kim Il Sung.
The letter said: Thanks to the April 15 when the sun of Juche rose, the Korean nation could put an end to its history of distress interwoven with flunkeyism and national ruin, greet a new bright morning and take the road of eternal happiness and prosperity of the nation with spring sunshine given off from Mangyongdae.
The life of Kim Il Sung was an epic-like one of an invincible hero who clarified the truth that arms are a lifeline of the nation and guarantees the victory of revolution, restored the country by leading to victory the hard-fought battles against the Japanese and the U.S. imperialists under the banner of Songun and honorably defended the sovereignty of the nation.
He brightly indicated the path for national reunification by setting forth just and rational proposals and ways for reunification including the three principles of national reunification, the ten-point programme of the great unity of the whole nation and the proposal for founding the Democratic Federal Republic of Koryo.
The cause of the Songun revolution based on Juche is being successfully carried forward by you Marshal Kim Jong Un, who are identical to Kim Il Sung and leader Kim Jong Il.
In the letter AINDF vowed to glorify the idea of national reunification and leadership feats of Kim Il Sung and Kim Jong Il and vigorously advance for independent reunification, more deeply cherishing in mind the firm belief that Kim Il Sung and Kim Jong Il are always with the Korean people.
It also pledged to join the all-people resistance to frustrate the frantic moves of the hostile forces for a nuclear war and make positive contribution to bringing about a fresh turn in the efforts for national reunification in this significant year which marks the 65th anniversary of the DPRK and the 60th anniversary of the victory of the Korean people in the Fatherland Liberation War in response to the special statement of the government, political parties and organizations of the DPRK.

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Tal como prometi no Facebook, deixo-vos a curta entrevista que tive oportunidade de fazer a Nick Bonner, fundador da Koryo Tours, uma agência que organiza viagens até à Coreia do Norte e que tem sede em Pequim.

Neste momento, a Koryo continua a sua actividade normal, tem um grupo de turistas na Coreia do Norte e está tudo tranquilo, como se percebe na resposta de Nick.

(peço desculpa por estar em inglês, mas o tempo tem sido escasso)

– We heard that chinese agencies in Dandong have suspended tours to North Korea. Is there any strong reason for that? What about Koryo Tours?
We believe that is a position for Chinese agencies running Chinese tourism. We are a British run Hong Kong registered company and are continuing tours as “normal” . We are in regular contact with the British Embassy in Pyongyang who have not put out any travel restrictions and we also base the current situation of taking in tourist on our 20 years experience and the professional standards of our Korean colleagues- what is remarkable is that they do take this situation with a very responsible attitude. We also accompany every tour group with our own western staff who have made numerous visits and have protocols if the situation gets worse.

– Having in mind your large experience travelling to NK, would you say that things are different there by these days? If so, could you give some examples?
Not really- we have a group in Pyongyang at the moment 15 people with US tourist and I rang  the tour leader Dan Levitsky on his mobile and everyone is normal – he said that his guide on the way to the group was more worried about if she had time to drink a cup of coffee before meeting the group than the current situation.

– What’s the importance of tourism for north korean economy?
We take around 2 thousand western tourists a year and that is about 40% of all western tourists- so that impact is minute. At Koryo  Tours we are not just a travel company but also involved in critical cultural engagement from sports trips to film festivals and educations trips. The work we do is one of the few strands of ‘normalisation’ and it impacts both huge numbers of people (with the UK Embassy we had Bend it like Beckham broadcast around the country in 2010) and on a minuscule level just having western people to speak English to is something we think is of value to many Koreans.

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O actual embaixador do Brasil na Coreia do Norte, Roberto Colin, deu uma entrevista por email à Agência Brasil e com ela, uma vez mais, se sublinha o  clima de normalidade que se vive num dos países mais falados dos últimos dias. A entrevista é publicada aqui na íntegra, com os devidos créditos.

Agência Brasil (ABr) – O clima de tensão é presente no dia a dia do povo coreano?
Roberto Colin – O clima em Pyongyang [capital da Coreia do Norte] é de normalidade e nada se percebe de incomum na cidade. Tanto a imprensa escrita quanto a televisão têm dedicado espaço crescente à “construção econômica” .

ABr – O que vem a ser essa chamada “construção econômica”?
Colin – Há mais de uma semana, o jornal do Partido Comunista [norte-coreano], o Rodong Sinmum, dedica a primeira página exclusivamente às importantes decisões tomadas pela sessão plenária do Comitê Central do Partido dos Trabalhadores, no dia 31 de março, e da reunião da Suprema Assembleia Popular de 1º de abril quando, entre outras decisões, foi escolhido um novo primeiro-ministro, tido como reformista.

ABr – O senhor observou mudanças no comportamento das pessoas nas ruas e dos raros estrangeiros que vivem no país?
Colin – Nada parece ter mudado no comportamento da população local, nem dos poucos estrangeiros que aqui vivem. Naturalmente, a situação na Península Coreana é o principal tema de conversas nos encontros da comunidade.

ABr – Particularmente, como o senhor e sua família estão se preparando para uma eventual guerra envolvendo a Coreia do Norte?
Colin – Estamos em contato constante com nossos amigos no Corpo Diplomático, mas nada mudou em nossa rotina. Meu filho continua indo normalmente à escola coreana para estrangeiros que frequenta. Temos um abrigo subterrâneo na Embaixada do Brasil  e que esperamos não ter de usar. Também temos gerador próprio.

ABr – Autoridades norte-coreanas voltaram a procurar o senhor, depois do comunicado da última semana? O que disseram?
Colin – No domingo, dia 7, as Forças Armadas deram um briefing sobre a situação na Península Coreana, em que voltaram  a responsabilizar a “política hostil” dos Estados Unidos em relação à Coreia do Norte pela crise atual.

ABr – O senhor se comunica com o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, ou com  interlocutores dele com frequência, após o alerta do governo norte-coreano?
Colin – Estou em contato permanente com a chefia do Itamaraty desde o agravamento da situação. Para nós, são reconfortantes as  manifestações de solidariedade dos colegas do Itamaraty, a começar pela chefia, como também dos amigos e parentes. Meu funcionário, minha mulher e meu filho mostraram que são pessoas fortes e equilibradas, preparadas para os desafios próprios de nossa profissão.

ABr – Como o senhor faz para driblar a tensão pessoal, do seu funcionário e da sua família?
Colin – Eu vivi momentos de tensão e risco em Moscou, em 1993, com meu único funcionário, o oficial de chancelaria Antônio José dos Santos, também no Congo. Em ambos os casos, o perigo era visível. Aqui a situação é diferente, de incerteza, porque é difícil avaliar o risco que realmente existe. Na embaixada, procuramos seguir a rotina, com a demanda adicional de trabalho que a situação impõe.

ABr – Em caso de uma crise, será possível adotar um plano de evacuação para os brasileiros que estão na Coreia do Norte?
Colin – Os únicos cidadãos brasileiros que vivem na Coreia do Norte hoje são a mulher do embaixador da Palestina e sua filha caçula. Na embaixada, somos minha família [mulher e filho] e um funcionário administrativo. Não existe um plano de evacuação definido, mas em situação de emergência, a embaixada seria evacuada para Dandong, China, na fronteira com a Coreia do Norte, que está a quatro horas daqui por via terrestre.

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Qual é a dimensão da verdade quando a realidade está a 10 mil quilómetros ou apenas a alguns centímetros dos olhos?

Provavelmente, jamais saberemos. Porém, dois turistas acabadinhos de chegar da Coreia do Norte contam aqui as suas impressões.

Um deles, Patrick Thornquist, faz o resumo perfeito da dificuldade que é distinguir aquilo que se vê daquilo que se VÊ.

You try to grasp what is real and what is not. You’re trying to find that balance between what your media tells you and what they’re telling you because they’re very far off.

E mesmo VENDO/OUVINDO nunca teremos a certeza de como as coisas realmente são.

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Lembram-se de Arnaldo Carrilho?

Ele foi o primeiro embaixador do Brasil na Coreia do Norte e deu ontem uma entrevista ao canal online Café na Política.

É um ex-insider que passou três anos na Coreia do Norte e que pode dar uma fotografia mais fiel do país mais isolado do mundo.

Arnaldo Carrilho considera que o Brasil pode ser um importante desbloqueador da tensão que se vive nesta geografia asiática, no contexto do bloco alternativo às grandes potências formado pelo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul (BRICS).

É uma entrevista muito interessante. Vale mesmo a pena ver.

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(sugestão do Nuno Machado e da Caracóis Danjo, a quem agradeço uma vez mais)

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Um satélite  norte-coreano já está no espaço e o novo Kim é uma celebridade na Internet. Já está em primeiro lugar numa pesquisa online sobre a personalidade do ano da revista Time.

Ao mesmo tempo,  é já na quarta-feira que a Coreia do Sul elege o sucessor de Lee Myung-bak.

Neste momento, dois candidatos disputam as presidenciais: Moon Jae-in, líder do PDU (Partido Democrático Unificado) e Park Geun-hye, do Partido Saenuri (actualmente no poder), filha do falecido ditador sul-coreano Park Chung-hee.

Geun-hye já foi apelidada de “Rainha das Eleições”. É deputada há 15 anos e, se ganhar as eleições – como indicam as sondagens -,  será a primeira mulher presidente do país.

Tem 60 anos, nunca casou ou teve filhos e herda uma pesada herança do pai. A própria, é vista como a versão sul-coreana de Margareth Thatcher ou a Angela Merkel da Ásia. As reportagens que têm medido o pulso a estas eleições, indicam que não bastará ter uma mulher à frente dos destinos da nação para acabar com as fortes desigualdades entre homens e mulheres, que se verificam na Coreia do Sul.

Seja qual for o vencedor, ambos os candidatos querem refrear a política hostil de Lee Myung-bak para com o vizinho. Mas Park Geun-hye quer ir com mais calma, naquilo a que já chamou de Trustpolitik. Ou seja, uma política de consequências. Se, por exemplo, a Coreia do Norte lançar algum míssil, então a Coreia do Sul deve reagir de imediato. Se, por outro lado, mostrar verdadeiros sinais de reconciliação, a Coreia do Sul será a primeira a ajudar o vizinho.

Trazendo o assunto para mais perto de nós, a depender do resultado destas eleições está uma escola de pilotos na Base Aérea 11, em Beja, o que pode trazer 200 ou 300 famílias sul-coreanas para Beja. Quem o diz é o ministro da Defesa Nacional, Aguiar-Branco.

Também a merecer uma forte referência está o primeiro livro escrito por um português sobre a Coreia do Norte.

“Dentro do Segredo”, é o livro-viagem do escritor José Luís Peixoto, da editora Quetzal e é um livro que merece ser lido por quem já foi à Coreia do Norte, por quem nunca lá foi, por quem quer ir. É um livro que resulta de 15 dias de viagem no país mais secreto do mundo.

Para breve está prometida uma entrevista ao autor – a quem agradeço publicamente o livro e o autógrafo – a ser publicada na íntegra neste blogue.

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Depois de algumas negociações,  a Asia Pacific Broadcasting Union vai garantir a transmissão dos Jogos Olímpicos de Londres na televisão norte-coreana, a KCTV.

Da Coreia do Norte, seguem 56 atletas para a capital de Inglaterra. Luta livre, boxe, halterofilismo e judo são as modalidades que mais medalhas têm dado ao país, num total de 41, desde 1964.

O diário britânico The Telegraph ensina algumas frases – que podem ser ditas em coreano – para quem quiser estabelecer uma conversação simpática com um norte-coreano, durante a temporada olímpica que se aproxima:

“Welcome to London 2012, the greatest show on earth”

“leondeon 2012 , jigusang-eseo gajang keun pyosi e osin geos-eul hwan-yeonghabnida”

“It’s not the winning that matters, it’s the taking part”

“i munje neun geugeos-i bog-yong bubun geu seungliga aniya”

“Faster, higher, stronger (The Olympic motto)”

“ppaleugo , nop-eun ganghan”

“I think you’re in my seat”

“nan dangsin-i nae jalie issdago saeng-gag”

“The area of Stratford has seen unprecedented economic and social regeneration as part of the delivery of these Olympic Games.”

“seuteu laes podeu ui myeonjeog i ollimpig ui jeondal ui ilhwan-eulo jeonlyeeobsneun gyeongjejeog, sahoejeog jaesaeng-eul bol su issseubnida.”

“There may be delays on the Jubilee line”

“jubilli lain-e jiyeon iiss-eul su issseubnida”

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A convite do Centro de Estudos do Curso de Relações Internacionais da Universidade do Minho, em Braga, vou participar, esta quarta-feira, dia 29, na tertúlia: “Coreia do Norte – que futuro?”.

José Duarte de Jesus, antigo Embaixador de Portugal na Coreia do Norte, também vai participar no encontro.

A partir das 14 horas, no anfiteatro 1.01 da EEG, vamos tentar projectar o futuro de um dos países mais secretos do mundo, depois da morte de Kim Jong-il.

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O maestro da Orquestra Filarmónica de Seul acabou de chegar de uma visita inédita à Coreia do Norte.

Chung Myung-Whun diz que chegou a acordo com músicos norte-coreanos para a realização de concertos conjuntos, como forma de arrefecer a tensão política entre as duas Coreias. O problema é que ainda não há autorização, nem do lado Sul nem do lado Norte.

A valsa que vos deixo, para já, ainda é só tocada pelo Sul.

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A Coreia do Norte publicou um Índice Global de Felicidade. Adivinhem quais são os países mais felizes do mundo? Aqui segue o top 5:

1 – China

2 – Coreia do Norte

3 – Cuba

4 – Irão

5 – Venezuela

No lugar 203º, aparecem…os Estados Unidos, o último do ranking norte-coreano e, por isso mesmo, o país mais infeliz do mundo.

Mais, aqui e aqui.

E como segundo país mais feliz que é, e como as crianças são o melhor do mundo, e como felicidade rima com criançada (não rima, mas está bem), aqui fica um vídeo desse grande dia 1 de Junho celebrado nesse grande paraíso que é a Coreia do Norte.

E deixo-vos também com um vídeo do líder do segundo país mais feliz do mundo, Kim Jong-il, que mostra a sua recente viagem até ao país (esse sim) mais feliz do mundo: a China.

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Até 29 de Maio, os jornalistas europeus podem candidatar-se ao programa do European Journalism Centre e da Korean Press Foundation e serem um dos seis escolhidos para uma viagem de duas semanas à Coreia do Sul (entre 22 de Agosto e 3 de Setembro).

Fui seleccionada em 2009 e em apenas duas semanas fiz contactos que levariam meses a conseguir. O EJC pediu-me para contar como foi a experiência.

Nã percam esta oportunidade. Concorram!

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Brasil e Coreia do Norte celebram 10 anos de laços diplomáticos

One Man Captured Secret Video in North Korea and Lived to Blog About It

Pyongyang disposta a discutir enriquecimento do seu urânio

Repórteres Sem Fronteiras voltam a alertar contra censura na Web

Pyongyang aceita repatriar 27 cidadãos que chegaram ao Sul

Coreia do Norte vai apresentar avião que desaparece no ar

A Coreia do Norte enfrenta este ano uma acrescida penúria alimentar

Coreia do Norte pede ajuda alimentar a países da África

North Korea uses families to blackmail defectors

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Uma agência de viagens, a Lupine Travel, está a organizar uma excursão para um torneio de golfe na Coreia do Norte. O jornalista Marco Vaz, do Público, contou a estória e parece que até já há portugueses interessados:

Segundo a propaganda da Coreia do Norte, Kim Jong-Il é o melhor jogador de golfe de sempre. Conta a lenda que o ditador norte-coreano, na primeira vez que jogou golfe, fez uma volta de 38 abaixo do par, incluindo 11 holes-in-one, de longe um recorde mundial – Tiger Woods, em toda a sua carreira, fez 18 – e que completa quatro ou cinco buracos em uma pancada, de forma rotineira, cada vez que joga golfe.

(continuar a ler)

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A CNNTravel falou com Stefan Zwanzger, um alemão que gosta de visitar parques temáticos em todo o mundo e que, há poucos meses, visitou um parque de diversões próximo da capital norte-coreana.

Sthefan diz que, durante o dia, as pessoas parecem robôs a andar na rua, mas nos parques de diversões divertem-se como em qualquer outro lugar do mundo…

“When you see North Koreans walking on the streets of Pyongyang, it’s a bit of a robot-like experience,” says Zwanzger, a German citizen who visits theme parks around the world.

“I wouldn’t call it military style, but somehow they walk differently to people in other countries.

“But if you see North Koreans in the funfair, they have exactly the same habits, the same patterns as Americans in their amusement parks.”

Isto que este senhor diz é uma completa parvoíce: os norte-coreanos “caminham de maneira diferente”??

Os norte-coreanos não andam aos pulinhos na rua – excepto as crianças, como em qualquer parte do globo – nem são muito expansivos num primeiro contacto. Tal como um alemão, um português ou qualquer outro cidadão do mundo. Claro que os norte-coreanos vivem num regime que condiciona a sua liberdade de expressão e de movimentos, mas a tal ponto de fazê-los caminhar de forma diferente? É mais um equívoco para juntar a tantos outros, apenas porque é mais fácil ridicularizar e fazer deste tema, isso sim, um parque de diversões.

Mas, enfim, a experiência de Stefan Zwanzger é sempre mais um olhar sobre a Coreia do Norte.

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Hoje falei com Leonid Petrov, um professor russo que dá aulas de Língua e História da Coreia, na Universidade de Sydney, Austrália. Quis saber qual era a sua opinião sobre os rumores que correm à volta do futuro dos jogadores norte-coreanos. Estou a preparar um pequeno trabalho sobre esta questão para a Antena 1, que vai ser transmitido amanhã, o dia em que a Coreia do Norte se despede do Mundial de Futebol 2010.

Leonid Petrov tem um dos blogues que mais vezes espreito para saber o que se passa na Península Coreana e também organiza viagens para a Coreia do Norte. Considero-o uma das pessoas mais imparciais na análise deste tema. A seu pedido, passo a divulgar a próxima viagem que Petrov está a organizar e que aceita jornalistas:

Are you interested in travelling to NK for the  7th  Pyongyang International Science & Technology Book Fair (15-17 Sep.) and the 12th Pyongyang International Film Festival (17-24 Sep.)?

See below the conditions. Feel free to spread the word.

Universities, science and technology research institutions and publishing houses might be interested in participating in this book exhibition.

PISTBF introduces and shares the world’s recent science and technology achievements through books exchange and aims to develop friendship and cooperation between the nations.

All institutions and organisations interested in participation should contact L&J Development and Consultancy ( LJinfo@narod.ru ).

At the exhibition the participants they can conclude contracts of copyright and books sale with international organisations and North Korean publishing houses, they can discuss the practical issues, share the opinion and update their knowledge on the recent developments in world science and technology.

All the participants can exhibit recently published science and technology books, CDs and DVDs.

Exhibition dates: Sep. 15-17, 2010

Exhibition venue: Pyongyang International Cultural Exchange Centre

Sponsorship: Organising Committee of PISTBF, Committee of Cultural Exchange with Foreign Countries

Participation cost: Persons applying for participation before August 10, 2010 should pay 80€ per day (if application is made after that deadline – 100 € per day). This price  includes hotel cost, performance cost , internal transportation cost , interpretation cost and sightseeing cost.)

Rent of exhibition area: 4 square meters – 50€ ; 6 square meters- 80€;  9 square meters- 110€

The 12th Pyongyang International Film Festival (17-24 Sep.) encourages the development of national film in all countries under the motto “Independence, Peace and Friendship”. You will also attend the incredible ARIRANG Mass Gymnastics Show of 100,000 performers hosted at Pyongyang May Day Stadium, one of the biggest sport arenas in the World.

Journalists are welcome. The whole trip could be up to ten days long (14-25 Sep.). Just find a sponsor!
L&J DEVELOPMENT & CONSULTANCY
Business opportunities in Northeast Asia
********************************
8/b Luffman Crescent, GILMORE, ACT 2905, AUSTRALIA
Mob: +61-403076604
E-mail: LJinfo@narod.ru
http://LJinfo.narod.ru

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[Imagem gentilmente retirada do blogue: A medida de todas as coisas]

O brasileiro Luiz Eleno viajou até à Coreia do Sul e conta tudo sobre esta “meia volta ao mundo” aqui.

Primeira impressão que eu tive da Coreia: que este é um país de Primeiro Mundo. Pode ser que a pobreza esteja muito bem escondida, mas o que eu vi foi apenas desenvolvimento e organização. A começar do meu ponto de chegada, o aeroporto de Incheon. Deixa o de Frankfurt e o Charles de Gaulle no chinelo. Em tamanho, limpeza e ordem. Depois: o sistema de transporte público de Seul. Tem gente  que diz que o metrô de São Paulo é um dos melhores do mundo. Eu também pensava assim. E pode até mesmo ser, mas não chega aos pés do sistema de trens urbanos de superfície e subterrâneos de Seul. Em número de habitantes, São Paulo e a capital coreana são praticamente iguais. Mas, em número de estações de metrô (e, mais importante, em área coberta por linhas de metrô) Seul ganha disparado. Uma vergonha para nós.

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Os sons da minha viagem à Coreia do Sul, condensados na reportagem “Vidas sem Paralelo”.

Para ouvir no próximo Domingo, dia 4 de Outubro, no programa Visão Global, da Antena 1, entre as 12h e as 13h.

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De volta à Península Ibérica

Regressei a Portugal mas ainda estou a refazer-me do desgraçado do jet lag.

O meu computador voltou a estar em forma e, por isso, já posso contar os últimos dias da viagem na Coreia do Sul.

Tínhamos ficado em Busan.

Na segunda maior cidade sul-coreana, visitámos o quinto maior porto do mundo. Aberto 24 horas por dia, este porto tem a vantagem de ficar entre a China e o Japão e de receber navios cargueiros de todo o mundo. No entanto, os contentores, os terminais, os navios, as gruas e os camiões transmitem uma imagem desorganizada. Os habitantes não gostam. Dizem que é feio. Por isso, a autoridade portuária de Busan já tem um projecto para reabilitar a área norte do porto. Até 2020, vão nascer aqui áreas verdes, espaços públicos e comerciais para devolver as margens à população e atrair os maiores navios cruzeiros do mundo. A foto seguinte foi tirada pela minha colega Dominika, da Polónia, que me apanhou de objectiva na mão (thank you!).

Rita no Porto de BusanEm Busan, visitei o mercado mais fantástico de toda a minha vida. No mercado de Jagalchi há peixinho fresco para todos os gostos. Os clientes podem escolher o que quiserem e comem logo ali um belo prato cozinhado na hora. Três belas ostras (mesmo muito grandes) podem custar cinco euros.

Mercado de Jagalchi em Busan

Busan - vários Peixes

Busan - PeixeiraDepois de mais um par de entrevistas e visitas-relâmpago, deixei Busan para apanhar mais um voo para a ilha de Jeju.

Os coreanos dizem que Jeju é uma espécie de Havai.

Nunca fui ao Havai, mas parece-me uma comparação forçada, até porque nem na ilha de Jeju os coreanos dispensam uma boa construção em altura…

Em termos administrativos, podemos comparar Jeju à Madeira ou aos Açores. É a maior ilha sul-coreana, de origem vulcânica, e é a única região autónoma da Coreia do Sul. Aqui fica uma imagem sem prédios. Bonita.

De olhos para JejuEm Jeju, participámos (eu e os jornalistas europeus) num seminário com jornalistas sul-coreanos. Fizemos um resumo das impressões sobre a viagem na Coreia do Sul e ainda contámos como cada um dos países europeus trata do assunto “Coreia” nos diferentes órgãos de comunicação social. No fundo, a Coreia do Sul aparece quase sempre nas notícias como um apêndice da Coreia do Norte. Esta foi a conclusão geral.

Seminário JornalistasNo dia seguinte, conheci as “mulheres-mergulho” ou Haenyeo. “Hae” significa mar e “nyeo” significa mulher.

As Haenyeo são o retrato da sociedade matriarcal na ilha de Jeju. Aqui são as mulheres que mandam e que trabalham.

Jeju até criou um museu dedicado a estas mulheres.

Museu das Mulheres Haenyeo

As Haenyeo buscam o sustento do lar na água, a 20 metros de profundidade, conseguindo suster a respiração por mais de dois minutos. Estão nisto mais de nove horas por dia. Pescam conchas, ostras, peixes, polvos…tudo o que vier à rede destas mulheres é sinónimo de salário. Chegam ao fim da vida com audição limitada, graças aos anos contínuos de cabeça submersa.

Numa pequena enseada de Jeju, um grupo de Haenyeo já só repete a actividade uma vez por dia, para mostrar aos turistas. Mas ainda existem cerca de quatro mil “mulheres-mergulho” na ilha de Jeju.

Uma Haenyeo de polvo na mãoAs mulheres-mergulho (Haenyeo) da ilha de Jeju

Depois deste “Regresso à Península”, o blogue “Coreia do Norte: um segredo de Estado” volta à actividade normal, porém, muito mais rico!

Não desapareçam! Obrigada!

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Cheguei a Seul e o computador continua a trair-me.

Quero colocar aqui as fotos de Busan e Jeju, mas agora so em Portugal. Parto daqui a poucas horas.

Ja tenho saudades…

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Ainda sem pontuacao, ando a fazer copy/paste de palavras que ja utilizei no blog (como no caso do titulo deste post).

Passo por aqui para fazer link para a noticia da Agencia Lusa:

Seul, 28 Ago (Lusa) – A Coreia do Norte e a Coreia do Sul chegaram hoje a acordo sobre o reinício dos encontros de famílias separadas pela fronteira entre os dois países, anunciou a agência sul-coreana Yonhap.

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Cheguei a ilha de Jeju. Quente, abafada e verde (como gosto).

O meu computador nao reconhece o cabo da Internet e sou obrigada a escrever num teclado coreano do hotel.

Por isso, hoje nao posso dizer muito mais. Apenas que esta tudo bem mas que nem um “til” consigo ter.

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Seul ainda não ficou definitivamente para trás, mas hoje vim até ao Sul deste fascinante país. Cada vez mais.

Uma hora de voo é quanto basta para chegar à capital industrial da Coreia do Sul: Ulsan.

A visita de um grupo de jornalistas europeus parece ter despertado a curiosidade local. À nossa espera estava uma equipa de televisão cá do sítio. Ao estilo dos paparazzi, filmaram quase todas as visitas. Mas levaram o troco e cá vai uma foto!

Tv de Bulsan

A Câmara Municipal de Ulsan foi a primeira paragem do dia. Fomos recebidos pelo presidente Bak Maeng-woo que governa a cidade-chave para o crescimento económico da Coreia do Sul. Só para dar uma ideia, no top ten das indústrias de construção naval, estão sete empresas sul-coreanas e a maior está em Ulsan: a Hyundai Heavy Industries. Mas já lá vamos porque agora é tempo para uma gargalhada.

Hoje conheci uma das pessoas mais engraçadas de toda esta viagem. Chama-se Joo Bong-Hyeon e é o vice-presidente da Câmara de Ulsan. Almoçou connosco e, logo de início, ofereceu um balão a cada um. Hilariante! Para além disso, presenteou-nos com um belo vinho de arroz. Passou o almoço todo a dizer “empty is impolite” (vazio é indelicado), e lá vinha ele encher o copo. As fotos são a prova da refeição mais divertida de todas!

Escondida no BalãoBalão Hilariante

Próxima paragem: Rio Taehwa.

Este curso de água com mais de 45 quilómetros desagua no mar do Japão e até 2002 estava completamente degradado. Em apenas dois anos, este “mar” de água doce foi revitalizado e a fauna e a flora regressaram às margens do Taehwa para um casamento perfeito entre o ambiente e a indústria pesada, em Ulsan.

Rio Taehwa

Na margem direita do Taehwa, foi criado um parque ecológico de bambu. Ali ao lado, estão algumas das maiores indústrias do mundo, mas no meio do parque as cigarras cantam, os habitantes fazem jogging e é o local ideal para namorar. E vão mais duas fotos.

Park Bambu - conjuntaMe in Bambu Park

Agora, navegar, navegar rumo à Hyundai.

Os coreanos não gostam de ouvir “iun-dai”. Dizem que a culpa é dos japoneses e que o mundo segue essa forma de dizer. Em coreano, Hyundai deve soar a “ion-dê”.

O Grupo Hyundai produz tudo e mais alguma coisa. Para além dos famosos carros, também produz roupa, navios e até tem uma agência de turismo (a única na Coreia do Sul que organiza viagens para a Coreia do Norte).

Hyundai Heavy Industries

A Hyundai foi fundada em 1946, nem a propósito, por um norte-coreano que veio para a Coreia do Sul. O nome Hyundai significa “moderno” e o fundador (que já morreu) é conhecido como Asan. No museu da Hyundai, estão os únicos pares de sapatos que Asan usou durante 30 anos!

Sapatos Asan

Hoje só visitámos a Hyundai Heavy Industries (construção naval).

No estaleiro da Hyundai trabalham mais de 25 mil pessoas com contratos efectivos mas, se contarmos com os contratos a termo, são mais de 40 mil. Desde que o cliente pede um navio de carga até ao dia da entrega, passam apenas sete meses! A Hyundai entrega um navio a cada três dias e cada um pode custar 200 milhões de euros! A imagem seguinte foi muito negociada porque não é permitido fotografar ao desbarato no estaleiro da Hyundai. Dizem que é por razões de segurança (entenda-se terrorismo) e para evitar revelar segredos aos chineses, que competem com os sul-coreanos nesta área.

Grupo na Hyundai

O dia não ficou por aqui.

Mais duas horas de autocarro para a dormida em Busan (não confundir com Ulsan).

Busan está para a Coreia do Sul como o Porto está para Portugal. É a segunda maior cidade do país, mas só amanhã posso dizer mais alguma coisa. Só sei que do meu quarto tenho uma vista lindíssima para a baía de Busan. O jantar foi à beira-mar. Peixe-cru, aguardente coreana (não sou grande fã, devo dizer) e um retrato pueril da Coreia do Sul, conduzem-me agora a um sono tranquilo.

Vista Hotel BusanPeixe CruInocência Coreana

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Começo quase pelo fim, aí pelas cinco da tarde (hora de Seul, menos oito horas  em Lisboa).

Temos um mini-bus e temos o Sr. Lee, o condutor. E eu vou quase sempre a seu lado porque gosto de ver tudo,  pronto. O GPS do Sr. Lee também é uma televisão e, em plena hora de ponta, Lee estava de mãos no volante a ver em directo o lançamento do primeiro foguetão sul-coreano (que ao que parece não entrou na órbita correcta). E nem precisei de perceber coreano para entender a alegria do homem!

i-what?

Infelizmente, não consigo pôr videos no blogue porque – e aqui vai uma queixa -, apesar de estar num país que é todo high-tech, a rede da Internet no meu quarto não se aguenta e está sempre a cair (por isso hoje não há fotos). O defeito deve ser meu, claro. Assim como deve ser minha culpa o facto de ainda não ter conseguido fazer uma chamada do telemóvel que fui obrigada a alugar no aeroporto. Como estou na décima maior potência económica do mundo, o meu humilde telemóvel não funciona aqui, só os de 3ª geração. Solução: alugar um telemóvel à chegada, meter o meu cartão SIM nesse aparelho (ou seja, ficamos com o mesmo número) e rezar para perceber as teclas que vêm em coreano. No entanto, todo este esforço titânico tem sido inglório porque consigo receber chamadas mas não consigo ligar. Ando a viver à base do sms.

Feito o reparo (e já vou fazer outro mais à frente), visitei hoje a NHN (Next to Human Network), que é a maior empresa sul-coreana a operar na área da Internet. A NHN é dona do quinto maior motor de busca a nível mundial e o segundo maior a nível asiático. O Naver é o homólogo da Google. O chefe da equipa do Naver, Won Yun Sik, diz que estão a preparar-se para entrar no mercado europeu e seduzir os “googlemaníacos”. O Naver é também um portal que oferece aos utilizadores um médico. Ah pois é! Se estivermos com algum problema de saúde, basta irmos ao portal Naver e em 10 minutos (isso mesmo) teremos uma resposta clínica na ponta da língua (perdão, dos dedos).

Crescimento Verde, mas pouco

Nos céus de Seul, há sempre como que um pó fino no ar. Aquilo a que chamamos de smog (ou poluição urbana). Soube agora que grande parte desse pó vem dos lados de Pequim, uma cidade onde também já estive (por alturas do Verão) e onde se torna, por vezes, difícil respirar e ver o azul do céu.

Mas os sul-coreanos vão dando pequenos passos. Criaram a chamada Comissão para o Crescimento Verde e até o presidente Lee Myung-bak vai de bicicleta para o trabalho (é uma curta distância entre a residência oficial e o gabinete, ambos dentro do mesmo complexo).

Mas mais do que implementar medidas verdes, é preciso mudar a mentalidade das pessoas (isto aplica-se a todas as nacionalidades). O maior paradigma esteve hoje à minha frente a falar, por entre umas garfadas de Bibimbap (um prato tradicional, em que misturamos arroz, vegetais e carne).

Almoçámos com Yoo, Beom-Sik, representante do Comité para o Crescimento Verde, e todos fizeram perguntas menos eu. Até certa altura. “Quais são as atitudes verdes que toma no seu dia-a-dia?”, perguntei. “De vez em quando vou para o trabalho de metro”, respondeu. “E já agora, porque é que o ar condicionado está sempre tão forte em todos os edifícios de Seul? Onde é que está a eficiência energética?”, perguntei de braços gelados. Yoo respondeu: “já viu o calor que está lá fora, já viu o que era agora dizer às pessoas para desligarem ou diminuírem a potência do ar condicionado?”.

Cá para mim, disse-lhe, “a coisa resolvia-se com um aumento nas contas da energia. No bolso, às vezes, está a mudança”.

E para mudar de ares, amanhã apanho um voo doméstico até Ulsan (no sul da Coreia do Sul), depois durmo em Busan e na quinta-feira vou para a ilha de Jeju (quase com vista para o Japão).

Regresso à cidade encalorada de Seul na próxima sexta-feira e aqui regresso, claro, todos os dias!

Annyeong gaseyo! Adeus!

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Quem me conhece sabe que falo mais com o coração e hoje parecia que ia explodir, tal era a emoção por estar tão perto da Coreia do Norte, daquela mesma terra impenetrável, temível e mágica que consegui pisar há três anos.  Muito ao longe, consegui captar a imagem da bandeira da República Popular Democrática da Coreia, vulgarmente conhecida como Coreia do Norte.

A bandeira norte-coreana

Confesso que senti a máquina da propaganda mais forte a Sul do que senti há três anos a Norte. Na JSA (Joint Security Area) fomos recebidos pelo sargento Frank Murillo do exército norte-americano, que está há quase dez meses destacado numa missão que, segundo o próprio, “é muito calma, quase uma brincadeira”. Murillo esteve antes no Iraque. Percebe-se.

Comandante Frank Murillo

Antes de chegarmos à linha de demarcação militar (onde ficam os edifícios azuis das Nações Unidas), o sargento Murillo deu os conselhos da praxe: não apontar para o lado norte-coreano, não gritar, não tocar nos soldados sul-coreanos e, claro, não atravessar essa linha sem regresso (quando regressar vou publicar aqui alguns dos vídeos que fiz). A típica instalação do medo, numa zona que quase parece um museu ao ar livre: extensos campos verdes, onde se aninham a cultura do arroz e algumas casas. Para andar nesta zona, fomos obrigados a usar estas faixas azuis que nos identificam como jornalistas.

A península unida num candeeiro

No caminho para o único edifício que Norte e Sul partilham (embora em momentos diferentes), vi estes candeeiros com a Península Coreana Unida. Perguntei, entretanto, ao Sgt. Murillo se se sentia, de alguma forma, invejado pelos guardas norte-coreanos. “Claro, eles olham para nós, vêem que somos fortes, temos refeições a toda a hora, temos máquinas fotográficas e ainda trazemos turistas a visitar esta área e que também têm um ar bem saudável. Por isso, claro que devem invejar-nos”, respondeu. Devo confessar que não gostei do tom de gozo da resposta porque aqueles homens do outro lado de lá da Península são mais magros e mais baixos apenas graças às atitudes de um regime egoísta e péssimo gestor de recursos.

Olhos nos olhosEstamos aqui

Já dentro do edifício azul que se fecha a Norte quando se abre a porta do lado Sul, recebemos o aviso “proibido tocar” nos soldados sul-coreanos que estavam lá dentro. Eles podem reagir. Explicaram-nos também que os soldados sul-coreanos usam óculos de sol para evitarem o contacto visual com os norte-coreanos. E, claro, sempre dão um ar mais ameaçador.

No meu bom chico-espertismo português, lá consegui colocar-me junto a uma destas rochas humanas sem lhe tocar num fio de cabelo, só para a bela da fotografia. Descobri, afinal, que nós, portugueses, temos também sempre a mania de julgar que somos ridículos, quando afinal só damos é o primeiro passo para a aventura. Todos os meus colegas europeus também tiraram fotografias junto ao dito senhor. E não doeu e nem custou nada!

Não fala não mexe não respira

Mais tranquila foi a visita seguinte, guiada pelo Tenente-Comandante Hugh Son, canadiano com raízes coreanas, que pertence à Comissão de Armistício do comando militar das Nações Unidas.

Hugh Son - o homem que guarda o portão sul-coreanoEle é, na verdade, o homem que todos os dias fica 100 metros à porta da Coreia do Norte, na estrada que liga o Sul à cidade norte-coreana de Kaesong. É lá que está o complexo industrial com as fábricas sul-coreanas que dão trabalho a milhares de norte-coreanos e é o único ponto em que Norte e Sul trabalham para um mesmo objectivo. Os funcionários sul-coreanos atravessam todos os dias essa estrada no carro do Tenente-Comandante Hugh Son e são deixados a 100 metros do portão, a partir do qual já se pisa território norte-coreano.

Através destes binóculos, no alto da colina sul-coreana do Paralelo 38, voltei a olhar para a cidade de Kaesong (que visitei há três anos) e para os símbolos que acendem e eternizam o culto da personalidade de Kim Il-sung e Kim Jong-il.

Estava lá, a Coreia do Norte, ao longe. Não pude deixar de pensar na Miss Kim, no Pak Kwang-ung, na Jo Gum-nyo, no To-tchol. Apeteceu-me tanto gritar estupidamente: tenho saudades! Está tudo bem por aí?

Só mais uma espreitadelaDo Sul a espreitar a cidade de Kaesong (Coreia do Norte)

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Visitei, finalmente, o lado Sul do Paralelo 38!

Mais tarde, venho contar pormenores. Deixo apenas agora os dois lados da zona mais militarizada do mundo.

[Há 3 anos foi assim – Coreia do Norte]        Há 3 anos foi assim do lado Norte [Hoje foi assim – Coreia do Sul]

E pensar que já estive do outro lado...

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Depois do funeral de Kim Dae-jung quis saber o que escreve a KCNA (a Agência Oficial de Notícias da Coreia do Norte) sobre o assunto, já que a delegação norte-coreana se encontrou com o presidente sul-coreano Lee Myung-bak. Não consegui. Só me aparecia uma página com um warning. Depois, tentei o Naenara (outra página apoiante do regime de Pyongyang) e levei com outro warning.

warning

Explicaram-me que, uma vez que as Coreias ainda estão tecnicamente em guerra, a Coreia do Sul não permite o acesso às páginas norte-coreanas. A publicação de livros que apoiem o regime de Pyongyang também é proibida.

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