Há cerca de um mês, estava eu a aterrar em Lisboa, vinda dos Estados Unidos, mas a minha bagagem não.
Passado uns dias, lá fui buscar os meus pertences ao Aeroporto de Lisboa e, até aqui, tudo bem.
Quando cheguei a casa, abri a mala para arrumar as coisas e vejo tudo num novelo completo.
“Ou foram os trambolhões da viagem ou arrumei muito mal a trouxa e já não me lembro”, pensei. Ingénua…
Não me faltava nada, a mala vinha intacta, sem um sinal que fosse de arrombamento.
Às tantas, reparo que há um presente que vem rasgado (na foto parece muito compostinho, mas notam-se bem os rasgões).
Continuei a pensar que estava com um brutal ataque de amnésia. “Está bem que comprei o presente para mim própria, mas não me lembro de o ter aberto antes”.
E lá fui continuando a tirar as peças de roupa, amarfanhadas como só elas, até que descubro este papel no interior da mala:
Os senhores dos serviços de segurança do aeroporto – presumo que de Nova Iorque, já que eu estava em escala – consideraram que este meu embrulho representava uma potencial ameaça para os seus cidadãos…
Cedo devem ter percebido o exagero. Ora vejam o que continha o perigoso presente:
Pois que não é mais do que um raspador de língua, comprado numa loja de brinquedos texana, com a imagem de Kim Jong-il, o líder norte-coreano, perseguido por meninas loucas que gritam “Querido Líder: o seu hálito é tão fresco!”
Resta-me acrescentar que o brinquedo ameaçador é vendido nos EUA mas é Made in China!