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Archive for Fevereiro, 2011

Apesar das conversações entre a Coreia do Norte e a Coreia do Sul não terem corrido bem – como se suspeitava, pela exigência de um mea culpa em ataques que os norte-coreanos sempre negaram -, o embaixador português na Península Coreana, Henrique Silveira Borges, garantiu à Agência Lusa que  “o clima, que estava muitíssimo tenso, melhorou significativamente”.

Apesar disso, a Coreia do Norte parece querer continuar a desenvolver o seu programa nuclear e balístico. Tim Brown trabalha para a Globalsecurity e analisou imagens recentes de satélite que parecem indicar a conclusão de uma segunda rampa de lançamento de mísseis. Entrevistado pela agência Reuters, Brown diz que a Coreia do norte está a trabalhar em conjunto com o Irão e com o Paquistão e que esta instalação é mais sofisticada do que a anterior.

O chefe dos serviços de inteligência dos Estados Unidos, James Clapper, já afirmou que “as armas nucleares e os mísseis balísticos da Coreia do Norte constituem uma séria ameaça para os Estados Unidos“.

A China continua impávida e serena. Apoia a sucessão de Kim Jong Il e reforça as relações sino-norte-coreanas, mas esquece-se de cumprir a convenção de Genebra que assinou em 1951 e que deveria proteger os refugiados norte-coreanos.

Em nome de uma rota comercial barata – e que por isso deve continuar pacífica – também todos os países ditos desenvolvidos se “esquecem” de chamar o governo chinês à razão.

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[Imagem gentilmente retirada de bfamobile.com]

Há dias, a Coreia do Norte apareceu como líder mundial no que toca à utilização de telemóveis 3G.

No entanto, é preciso esclarecer que estes dados referem-se ao número de pessoas que, tendo um telemóvel, estão conectadas à tecnologia 3G. Naturalmente que, sendo o acesso à rede móvel um facto tão recente na Coreia do Norte, não é de espantar que os seus utilizadores apanhem a carruagem da frente.

Num total de cerca de 301 mil subscrições móveis norte-coreanas, 99,9 por cento são ligações de  3ª geração.

Só em Portugal, por exemplo, existem mais de 10 milhões de subscrições de telemóveis, mas a taxa de penetração do 3G anda à volta dos 30 por cento.

Daqui se depreende como as estatísticas podem ser traiçoeiras e os títulos dos jornais, por vezes, demasiado redutores.

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              [Foto: KCNA - Monte Paektu, lugar onde alegadamente nasceu Kim Jong Il]

Kim Jong Il faz hoje anos. Esse parece ser um facto.

A dúvida está no ano de nascimento. De acordo com os norte-coreanos, o líder faz hoje apenas 69 anos, mas há documentos russos e norte-americanos que dizem que Kim Jong Il nasceu em 1941 e que, portanto, completa hoje 70 anos.

A data terá sido forjada pelo Grande Líder, Kim Il Sung, até porque assim ficariam – pai e filho – com uma redonda diferença de idades de 30 anos. Significa que, pelos cálculos norte-coreanos, 2012 servirá para marcar o centenário do presidente eterno, Kim Il Sung, e o septuagenário do actual líder Kim Jong Il. Uma coincidência que dará, certamente, origem a vastas celebrações no próximo ano.

E some-se a sucessão que está na calha e tudo calha bem em 2012. Não havendo certezas de quando nasceu Kim Jong Un (o próximo na cadeira do poder), suspeita-se que o rapaz terá 28 anos. Ora, se ele fizer 29 ainda este ano, fará 30 no próximo que é, precisamente, 2012!

Mas voltando ao aniversário de Kim Jong Il, entre outras prendas, o líder norte-coreano recebeu mais uma dissidência no sapato. Um norte-coreano atravessou a fronteira do paralelo 38 rumo à Coreia do Sul, virando as costas às celebrações do aniversário de Kim Jong Il.

Enquanto isso, a poucas horas das celebrações, Kim Jong Chul, o segundo filho de Kim Jong Il, terá sido visto em Singapura a assistir a um concerto de Eric Clapton. Se calhar estava a convencer o músico britânico a dar um espectáculo em Pyongyang. É que, não vai há muito tempo, a Coreia do Norte convidou Eric Clapton a dar música ao líder, mas até agora…nada.

A Coreia do Sul também quis associar-se às festividades do líder vizinho e, como já vem sendo hábito, enviou balões para o Norte da península com mensagens anti-Pyongyang.

Escreve o  The Guardian que as celebrações deste ano não tiveram grande aparato e que o governo norte-coreano não conseguiu cumprir a tradição de distribuir rações alimentares mais generosas por toda a população, sempre que se assinala o aniversário de Kim Jong Il ou do presidente eterno já morto, Kim Il Sung.

Parece até que as embaixadas da Coreia do Norte, espalhadas pelo mundo, receberam ordens para lançarem apelos de ajuda alimentar aos governos estrangeiros.

Porém, basta ler a KCNA (a agência de notícias norte-coreana) para se perceber cada vez menos o que se passa neste país. Quando é que nos preocupamos a sério?

People from all walks of life and school youth and children significantly celebrated the birthday of leader Kim Jong Il.
An endless stream of officials, working people and school youth and children visited the venue of the 15th Kimjongilia Festival in Pyongyang and the Kimjongilia exhibition halls in provinces.
Performances were given at theaters and halls in Pyongyang, Kanggye, Hamhung, Chongjin and Wonsan cities, Taehongdan, Phyongwon and Kangryong counties and other areas before capacity audience.
Workers of the Kim Chaek Iron and Steel Complex significantly spent the holiday enjoying art performance, while producing much more iron and steel.
Sports and amusement games including volleyball, Korean chess and Yut-games were held in units including the February 8 Vinalon Complex, the Musan Mining Complex, the Namhung Youth Chemical Complex, the Anju Area Coal Complex, the Sinuiju Cosmetics Factory and the Hyesan Youth Mine.

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A nova KCNA

A agência de notícias da Coreia do Norte, a KCNA, tem um novo endereço e uma nova imagem. Antes, as notícias da KCNA eram actualizadas a partir do Japão, agora é tudo feito em Pyongyang.

Vale a pena dar uma vista de olhos à editoria Mundo. Creio que, por exemplo, se esqueceram de falar no Egipto…

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Ontem, hoje e amanhã

Notícias para amanhã, notícias de ontem ou notícias com mais alguns dias mas que continuam a ter o seu valor.

Sobe o termómetro da expectativa, à medida que se aproxima a hora do encontro entre Norte e Sul. É já amanhã, em Panmunjon.

Ao largo da mesma ilha que quase deu origem a uma guerra – a ilha sul-coreana de Yeonpeyong – chegaram 31 norte-coreanos de barco. 20 mulheres e 11 homens foram, aparentemente, arrastados pelo mar e garantem que não são dissidentes.

Com mais certezas de fuga está um casal norte-coreano em Israel. Ainda sem grandes pormenores, as autoridades hebraicas dizem que concederam asilo político a um homem e uma mulher que fugiram da Coreia do Norte há dois anos e meio. Israel sublinha que o regresso deste casal à Coreia do Norte colocaria as suas vidas em perigo.

E o filho mais velho veio em defesa do pai. Kim Jong Nam – o mesmo que aqui há alguns anos tentou entrar às escondidas no Japão para ir à Disneylândia – diz que o pai, Kim Jong-il, não estaria de acordo com a sucessão familiar na cadeira do poder da Coreia do Norte. Diz que só o fez em nome da estabilidade… um argumento que deve andar a ser usado há cerca de meia centena de anos…

Agora, perguntam-se os jornais: porque é que Kim Jong-il desejou um feliz ano novo ao presidente egípcio, Hosni Mubarak? Entre muitas, muitas coisas, a Coreia do Norte tem treinado pilotos egípcios, vendido mísseis ao Egipto e, se bem se lembram, tem uma parceria com a Orascom, a empresa egípcia que anda a erguer a rede móvel norte-coreana.

Por falar em parcerias, os chineses e os norte-coreanos vão assinar, ainda este mês, um acordo para que a China comece a explorar a riqueza mineral da Coreia do Norte.

A censura não mora apenas na Coreia do Norte. No Japão, o jogo de guerra Homefront vai começar a ser comercializado mas toda e qualquer referência à Coreia do Norte vai ser cortada.

No Japão, a questão dos sequestrados pela Coreia do Norte conhece agora um novo capítulo. Para além de muitas outras histórias (às quais ando a prometer dedicar um post há muito tempo), há um grupo de 17 japoneses que terão sido raptados pela Coreia do Norte entre os anos 70 e 80, do século passado. Em 2002, quando o então primeiro-ministro japonês, Koizumi, visitou Pyongyang, a Coreia do Norte admitiu ter sequestrado apenas 13 japoneses. Entre eles, estavam Shuichi Ichikawa – que foi raptado em 1978, com 23 anos – e Rumiko Masumoto – uma japonesa que  tinha 24 anos.

Nessa altura, a Coreia do Norte afirmou que estes dois japoneses já tinham morrido, no entanto, há agora informações não confirmadas de que os mesmos terão sido vistos com vida em 2006, na Coreia do Norte, o que vem desmentir a informação dada por Kim Jong-il a Koizumi em 2002.

Sobre esta longa “tradição” de sequestros por parte da Coreia do Norte, podem ler mais aqui.

Há também um livro – “North Korea Kidnapped My Daughter”, com algum interesse – sobre a luta de uma mãe que perdeu a filha há mais de 30 anos. Megumi Yokota foi raptada pelos norte-coreanos em 1977, mas Pyongyang afirma que Megumi já morreu. No entanto, a mãe, Sakie Yokota, não acredita e continua a exigir provas. Se fosse (for) viva, Megumi teria (terá) hoje 47 anos.

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Encontrei este vídeo da KCTV (a tv norte-coreana) e julgo que é uma espécie de revista do ano 2010, na Coreia do Norte. A maior parte das imagens diz tudo; quanto à outra parte, só lamento o meu fraquíssimo coreano. Se alguém quiser ajudar com legendas, força! Mas vale bem a pena ver.

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Uma agência de viagens, a Lupine Travel, está a organizar uma excursão para um torneio de golfe na Coreia do Norte. O jornalista Marco Vaz, do Público, contou a estória e parece que até já há portugueses interessados:

Segundo a propaganda da Coreia do Norte, Kim Jong-Il é o melhor jogador de golfe de sempre. Conta a lenda que o ditador norte-coreano, na primeira vez que jogou golfe, fez uma volta de 38 abaixo do par, incluindo 11 holes-in-one, de longe um recorde mundial – Tiger Woods, em toda a sua carreira, fez 18 – e que completa quatro ou cinco buracos em uma pancada, de forma rotineira, cada vez que joga golfe.

(continuar a ler)

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