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Archive for Novembro, 2010

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Enquanto Washington anda em lufa-lufa, Seul em estado de alerta, Tóquio idem-idem aspas-aspas, Moscovo e mais um par de capitais mundiais também, eis que em Pyongyang, a Orquestra Sinfónica do Estado deu música a Kim Jong-il.

O “Querido Líder” ouviu sinfonias como “Canção Dedicada ao Partido”, ainda o concerto para piano “Criar um País Próspero” entre outras pérolas musicais.

A agência de notícias KCNA escreve que Kim Jong-il acenou para a orquestra e aplaudiu os músicos.

Pyongyang, November 28 (KCNA) — General Secretary Kim Jong Il enjoyed a performance given by the State Symphony Orchestra.

Put on the stage were serial symphonies “Song Dedicated to the Party,” piano concerto “Do Prosper, My Country,” orchestras “A Bumper Harvest in the Chongsan Plain” and “A Soldier Hears Rice Ears Sway” and other colorful numbers.

Through the performance the instrumentalists enthusiastically praised the immortal revolutionary feats Kim Jong Il has performed by bringing a great heyday of prosperity to this land under his indefatigable dynamic guidance and successfully represented the steadfast faith and will of the army and people of the DPRK to accomplish the revolutionary cause of Juche without fail, remaining single-mindedly loyal to him.

As the performance was over, Kim Jong Il waved back to the enthusiastically cheering performers and audience and congratulated the artistes on their successful presentation.

Entretanto, no Mar Amarelo continuam os exercícios dos sul-coreanos e dos norte-americanos, ao mesmo tempo que a China se multiplica em contactos para evitar o pior. Pequim propôs uma reunião urgente entre as seis partes envolvidas no processo de desnuclearização da Península Coreana, mas os Estados Unidos já rejeitaram a proposta e tentam agora convencer a China de que a solução passa por pressionar a Coreia do Norte a colocar um ponto final nas provocações e no desenvolvimento do programa nuclear.´

Em Portugal é agora meia-noite do dia 30 de Novembro. Nas Coreias começa a raiar o dia, uma semana depois do ataque norte-coreano que atingiu civis sul-coreanos. As horas são de espera. Para o melhor ou para o pior.

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“Foi a última vez”

Lee Myung-bak falou esta segunda-feira à nação. Garante que se a Coreia do Norte pisar a linha em mais algum milímetro que seja, a Coreia do Sul avança para a guerra. Conclusão: parece que a guerra ainda não é desta. Felizmente.

Fellow Koreans,
Today, I am standing here keenly aware that I am responsible for not having been able to protect the lives and property of the people. I understand very well that you were greatly disappointed with how we responded to the shelling of Yeonpyeongdo (Yeonpyeong Island) by North Korea.

   I feel enormous frustration and regret over the fact that innocent lives were lost and the homes and livelihood of the islanders were devastated.

Ler discurso completo aqui.

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Fontes: CNN/KCNA Handout/EPA

“Velho Flácido”, a visão de Washington sobre o líder norte-coreano, lida na CNN:

Kim Jong-il, the ailing dictator of North Korea fared no better, with diplomats quoting sources who described him variously as a “flabby old chap” and someone who had suffered “physical and psychological trauma” as a result of his stroke.

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Notícia lida no Público:

Numa altura em que as atenções internacionais se viram para o Governo chinês como o único considerado capaz de exercer alguma influência junto de Pyongyang, informações a que o site Wikileaks teve acesso revelam que os EUA se queixaram frequentemente a Pequim do uso do território chinês para fazer passar para o Irão componentes mísseis provenientes da Coreia do Norte.

 

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Exercícios perigosos

Começo a ficar seriamente preocupada.

Os sul-coreanos, civis e militares, estão a sair para as ruas e a pedir que o governo responda de forma mais musculada ao ataque norte-coreano de terça-feira. O comandante dos fuzileiros navais sul-coreanos, Yoo Nak-jun, já prometeu uma resposta mil vezes maior para vingar a morte dos dois fuzileiros de 20 e 22 anos de idade.

Até o editorial do jornal sul-coreano Chosun Ilbo – tido como uma publicação próxima do partido conservador do presidente Lee Myung-bak – vem criticar a actuação do governo dizendo que a Coreia do Sul deve parar de agir como um tigre de papel. Basta ler este excerto:

Dogs have a morbid fear of tigers but rip them to shreds once they realize they are paper tigers. The South Korean military has vowed several times to make North Korea pay double and triple the price of its provocations, but never once delivered on the promise. Kim Jong-il and his henchmen must think South Korea is a paper tiger. If the South keeps failing to respond firmly to these illegal provocations, the public will begin to develop a defeatist mentality and lose hope.

Junta-se a isto a provocação. A Coreia do Norte tem repetido que está farta dos exercícios militares da Coreia do Sul e dos Estados Unidos, no Mar Amarelo. Amanhã, começa mais uma jornada de exercícios navais conjuntos  que vão prolongar-se por quatro dias. Pyongyang avisa que as consequências dessas movimentações podem ser imprevisíveis.

If the puppet group insists on confrontation with the DPRK, the DPRK does not have any idea of dodging it at all.

It is the temperament of the DPRK to resolutely counter confrontation with confrontation and war with war.

Entretanto, a China está a tentar pôr água na fervura dizendo que o fundamental agora é controlar a situação e prevenir incidentes como o de terça-feira.

Resta saber se isto será suficiente para travar uma guerra, agora, cada vez mais iminente.

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Da Coreia do Norte

Comunicado do exército norte-coreano lido na KCTV (televisão norte-coreana), a propósito do incidente de terça-feira. A transcrição pode ser lida mais abaixo em inglês.

“The south Korean puppet group perpetrated such reckless military provocation as firing dozens of shells inside the territorial waters of the DPRK side around Yonphyong Islet in the West Sea of Korea from 13:00 on Nov. 23 despite the repeated warnings of the DPRK while staging the war maneuvers for a war of aggression on it codenamed Hoguk, escalating the tension on the Korean Peninsula.

The above-said military provocation is part of its sinister attempt to defend the brigandish “northern limit line,” while frequently infiltrating its naval warships into the territorial waters of the DPRK side under the pretext of “intercepting fishing boats.”

The revolutionary armed forces of the DPRK standing guard over the inviolable territorial waters of the country took such decisive military step as reacting to the military provocation of the puppet group with a prompt powerful physical strike.

It is a traditional mode of counter-action of the army of the DPRK to counter the firing of the provocateurs with merciless strikes.

Should the south Korean puppet group dare intrude into the territorial waters of the DPRK even 0.001 mm, the revolutionary armed forces of the DPRK will unhesitatingly continue taking merciless military counter-actions against it.

It should bear in mind the solemn warning of the revolutionary armed forces of the DPRK that they do not make an empty talk.

There is in the West Sea of Korea only the maritime military demarcation line set by the DPRK.”

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Da Coreia do Sul

O embaixador de Portugal na Coreia do Sul, Henrique Silveira Borges, foi esta manhã entrevistado pelo jornalista Luís Nascimento, da Antena 1.

Henrique Silveira Borges reconhece que, apesar da tensão, os sul-coreanos não reagem de forma dramática a notícias de um possível ataque  norte-coreano porque, de alguma forma, já se habituaram ao tom de ameaça.

O embaixador português em Seul diz, no entanto, que é preciso não subestimar a actual situação, até porque é a primeira vez que há vítimas civis, desde o fim da Guerra da Coreia em 1953.

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E agora?

A pergunta tem-me sido feita várias vezes desde ontem: e agora? É desta que as Coreias entram em guerra?

Não é a primeira vez que a Coreia do Norte ameaça o mundo com a guerra. Mas desta vez há vítimas, e vítimas civis. E as ameaças que antes choviam em palavras ontem choveram em fogo de armas.

O ataque de Pyongyang apanhou todos de surpresa, até a China. E será que até mesmo a Coreia do Norte? Será que os norte-coreanos queriam apenas “assustar” os militares vizinhos e as contas saíram falhadas? O que se passou na cabeça de Kim Jong-il? O homem é louco mas não tanto. Sabe que apontar armas à Coreia do Sul é como apontar armas a meio-mundo.  Mas será que este foi um aviso de que o regime está vivo e recomenda-se, agora que Kim Jong-un foi apresentado como o senhor que se segue?

A experiência ensina-me que quando o mundo passa muito tempo sem falar da Coreia do Norte, o (muito pouco) “Querido Líder” encarrega-se de agitar a memória. E fá-lo, muitas vezes, para que daí surjam contrapartidas: alimentos, energia ou dinheiro. Fá-lo porque não sabe pedir ajuda e para não perder a face. Acredito que este ataque seja o resultado de uma situação de aperto na Coreia do Norte que jamais confirmaremos, a menos que o muro caia.

Se é desta que há guerra? Duvido que alguém queira ficar com a factura de um país de 23 milhões de habitantes que está há mais de 60 anos fechado para o mundo. A China precisa do regime totalitário da Coreia do Norte, a Coreia do Sul não quer perder o estatuto de potência económica, o Japão só quer distância da antiga colónia e os Estados Unidos não têm orçamento para mais uma guerra, ainda por cima na Coreia do Norte.

Se é desta que há guerra? Mas… já tinha acabado?

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Das palavras…

[Foto Reuters]

… aos actos.

A Coreia do Norte bombardeou a ilha sul-coreana de Yeongpyeong, no Mar Amarelo, num ataque que – de acordo com a Coreia do Sul – tirou a vida a dois militares sul-coreanos e feriu 20 pessoas, entre eles três civis.

Ainda não se sabe o que motivou este ataque norte-coreano, já amplamente condenado pela comunidade internacional. Pyongyang diz – por intermédio da agência KCNA – que os norte-coreanos apenas responderam ao fogo vizinho, mas sem grandes detalhes. Em comunicado, a Coreia do Norte promete continuar com os ataques se os sul-coreanos se atreverem a invadir o seu território.

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Hoje,  a ACEP (Associação para a Cooperação entre os Povos) lança o livro-agenda perpétua “52 histórias”.

“Num livro ilustrado evocando uma agenda perpétua, ao longo de 52 semanas sucedem-se 52 histórias, rostos, direitos, geografias de coragem, dignidade, mas também de privação… e de injustiça.”

Dei o meu contributo  com a história da dissidente Myung-hee (que podem ler mais abaixo) e com a história dos três mosqueteiros de Bulenga.

Neste projecto participam:

Adelino Gomes, Adriano Gomes, Adriano Miranda, Alain Corbel, Alex Gozblau, Alexandra Lucas Coelho, Alexandra Prado Coelho, Alexandre Conceição, Alfonso Armada, Ana Cristina Pereira, Ana Dias Cordeiro, Ana Filipa Oliveira, Ana Grave, Anton Demisov, António Jorge Gonçalves, António Marujo, António Pedro Ferreira, Bernardo Carvalho, Carlos Narciso, Claire Malen, Daniel Blaufuks, Dylan Martinez, Eduardo Lobão, Enric Vives-Rubio, Faranaz Keshavjee, Fernanda Almeida, Fernando Jorge, Gonçalo Cunha de Sá, Helena Oliveira, Isabel Gorjão Santos, Isabella Balena, Javier Martinez, João Carlos Rosário, João Maio Pinto, João Paulo Baltazar, Jorge Gonçalves, Jorge Silva, José Milhazes, José Pedro Tomaz, Khaled Abdullah Ali Al Mahdi, Lina Lonet Delgado, Lúcia Crespo, Lucília Monteiro, Luís Castro, Luísa Meireles, Marcel Steger, Margarida Santos Lopes, Maria João Belchior, Maria Kowalski, Maria de Araújo Barbosa, Mariana Palavra, Marta Jorge, Miguel Carvalho, Nuno Ferreira Santos, Paola Rolletta, Patrick Arnoux, Paula Borges, Paulo Buchinho, Paulo Moura, Paulo Nuno Vicente, Paulo Ricca, Pedro Moita, Pedro Rosa Mendes, Philippe Matsas, Ricardo Alexandre, Rita Colaço, Rita Vaz da Silva, Rodrigo Saias, Rui Rasquinho, Sofia Branco, Sofia Lorena, Stefania Mascetti, Thierry Roge, Valter Vinagre, Victor Ângelo, Vincenzo Sassu.

O rio de Myung-hee

A minha aldeia é Chongju. Para viajar dentro do meu país é preciso ter uma autorização do governo. Sem ela, temos de ser muito espertos para evitar os guardas. Foi o que fiz quando fugi da Coreia do Norte para a China. Fugi pelo rio Tumen. Foi aí que aos 27 anos vi, pela primeira vez, o reflexo da minha dúvida: quem sou?

Myung-hee.

Um outro nome que protege quem ainda por lá ficou.

Treinada para fazer vénias diante do retrato de Kim Il-sung. E para sorrir se queria comer. Ou se não queria que lhe batessem com um pau.

A morte do “Grande Líder”, em 1994, acabou com as míseras duas rações diárias de arroz. A família subia às montanhas para colher raízes de plantas que misturavam com farinha de milho. Um reboco para tapar o estômago no país apresentado ao mundo como “o paraíso dos trabalhadores”.

Coreia do Norte: uma monarquia-socialista-comunista, onde o filho sucede ao pai. De Kim Il-sung ao “Querido Líder” Kim Jong-il, o testamento do medo dá fôlego à ditadura há mais de 60 anos.

O regime sobrevive à conta do policiamento de proximidade. Vizinhos que se controlam e denunciam para não serem denunciados. Sessões de censura pública. Um sistema que anula até pensamentos de dúvida. Os sussurros de que algo vai mal no reino dos Kim – se existem – correm sempre à cautela.

Myung-hee ouvia dizer que na China até os cães comiam arroz.

Desafiou a corrupta e também já mal-nutrida polícia e fugiu com mais dois amigos, por uma das fronteiras fluviais com a China. No rio Tumen, um dos amigos morreu afogado.

O rio Tumen.

Águas de fuga, morte e epifania.

Tive de continuar para arranjar trabalho na China. Durante um ano só trabalhei e comi. Enganaram-me. Nunca me pagaram. Diziam que iam contar às autoridades chinesas que eu estava ali. Há coisas que quero apagar da memória…Bateram-me muito. Fui vendida, traficada…fui  tratada como um animal… Sempre ouvi que Kim Il-sung era o maior líder do mundo e que estávamos a viver num paraíso, mas agora percebo que eram só mentiras. E nem dinheiro tinha para regressar. Fui novamente até ao rio Tumen, para cometer suicídio. Pensei que, morrendo, o meu corpo poderia flutuar até à minha cidade natal.

Foi aí que aos 27 anos vi, pela primeira vez, o reflexo da minha dúvida: quem sou?

Myung-hee.

O reflexo do rio devolveu-lhe a identidade.

Hoje vive na Coreia do Sul.

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169 156: Obrigada!

Os números do quarto aniversário de “Coreia do Norte: um Segredo de Estado”

Total de Posts: 597

Total de Comentários: 434

Melhor dia: 21 de Junho de 2010 com 2315 visualizações

Total de Visitas por Ano:

2006:     1447

2007:     9841

2008:     24 068

2009:     57 776

2010:     76 147

Total de visitas dos 4 anos: 169 156

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Quase-aniversário

Este pequeno e médio (e quase grande) blogue da Coreia do Norte completa quatro anos na próxima segunda-feira, dia 15.

E onde é que eu vou estar a trabalhar no próximo fim-de-semana? Macau! Tão perto e tão longe da minha península favorita, mas entusiasmada porque é sempre bom respirar o Oriente! Sobretudo aquele que ainda não conhecemos!

Onde se escondem as histórias macaenses relacionadas com a Coreia?

Ainda que o tempo de permanência em Macau vá ser muito curto e ocupado, “Coreia do Norte: um Segredo de Estado” aceita sugestões dos leitores!

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Impressões Digitais

A tecnologia digital vai dando uma ajuda para percebermos o que se passa na Coreia do Norte.

Um homem norte-coreano, com o pseudónimo de Kim Dong-cheol, faz vida dupla. Trabalha na Coreia do Norte como condutor e como repórter camuflado para a AsiaPress, uma agência de notícias japonesa.

Com a ajuda de aparelhos tecnológicos cada vez mais pequenos, Kim Dong-Cheol consegue enviar retratos do país mais fechado do mundo.

Na foto abaixo, vê-se uma menina que Kim encontrou num caminho e que parece ter 12/14 anos, mas na verdade já tem 23 anos e ganha a vida a apanhar erva para os coelhos de famílias norte-coreanas ricas.

A AsiaPress trabalha com seis jornalistas norte-coreanos que foram treinados para trabalhar com telemóveis e computadores sem atrair as atenções. No final de cada mês, os repórteres encontram-se com representantes da AsiaPress na zona de fronteira com a China e entregam o material recolhido.

O artigo completo pode ser lido aqui. Deixo um excerto:

In another clip also captured by Kim, a North Korean woman argues with a police man. Asked for a bribe, she screams at him and pushes him. “This cop is an idiot,” she shouts.

For most journalists, getting into North Korea is a tough task. Getting outside of the capital Pyongyang to see the lives of average people in the countryside is very difficult. Seeing the sort of poverty or disagreement with authority that Kim caught on camera is impossible.

Most of the shots are recorded surreptitiously and the small digital cameras make smuggling images easier than from older tape-based models.

“You used to have to tape video cassettes to your stomach,” he said. “But it’s very easy to hide an SD Card somewhere on your body.”

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