É já daqui a poucas horas. E confesso o meu entusiasmo, apesar de perceber pouco de bola.
A Coreia do Norte entrou na minha vida há alguns anos e eu já pisei a Coreia do Norte há quatro. Conheci pessoas maravilhosas e sei que elas vão vibrar, se tiverem oportunidade de ver o jogo na única televisão do regime e do país. Podem não vibrar com bandeiras, vuvuzelas, ou com os apetrechos de todas as supostas democracias que têm descido ao relvado sul-africano, mas podem ter brilho no olhar, ritmo no coração e esperança. Isso nenhum “Querido” ou “Grande Líder” pode roubar a um homem. Nem nenhum homem pode querer ser um país inteiro.
Espero, sinceramente, que se evitem comentários batidos, ideias feitas e piadolas de mau gosto sobre um país que poucos ou nenhuns conhecem: os que já lá entraram e até mesmo os que lá vivem. E evitemos por isso mesmo, porque lá vivem pessoas. Como eu. Como nós. A História – espero que breve – encarregar-se-à de julgar quem tiver de julgar. Por agora, limitemo-nos a apreciar um jogo de futebol e deixem-me trazer José Saramago:
“Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara.”
Muito bonito e interessante, este post. Instalou-se uma dúvida, no entanto: de que supostas democracias estamos a falar, e porque é que o são (supostas)?
Olá Pedro. Muito obrigada pela visita e pelo comentário.
São “supostas” todas as democracias que deixaram de fazer rastreios a si próprias. Portugal, Brasil, Inglaterra, Alemanha, entre tantos outros, são países onde, certamente, qualquer um de nós sentirá menos entraves à liberdade de expressão. No entanto, o mundo – por mais livre que seja – nunca será apenas preto ou branco, democrata ou déspota. Serve isto para dizer que, com as devidas diferenças, não devemos cair no facilitismo de diabolizar uns países e endeusar outros. Veja-se o berço da democracia: a Grécia. E veja-se que não basta ter berço é preciso ter educação e avaliação contínua. “Supostas democracias” serve apenas como expressão-aperitivo para a discussão.
Abraço,
Rita Colaço
Ah, compreendo. Ok!
Ao ver este jogo em que portugal jogou e ganhou 7-0 . e chorei, ainda agora não consegui parar de chorar mas não porque portugal ganhou mas porque me apercebi que a Coreia do norte quando for para casa vai ser brutalmente castigada com trabalhos forçados 😦 e muito mais. Espero que eles consigam fugir todos e que tenham alguém que possa dar apoio.
Beijo*
Olá Catarina! Obrigada pelo comentário!
Quanto ao resto, vamos esperar que o regime entenda que aqueles homens
foram muito corajosos no relvado.
Abraço!
Boa tarde,
Pois… mas ainda prefiro viver nesta “suposta” democracia que na suposta qualquer coisa que é a Republica popular da Coreia do Norte. O seu povo merece certamente melhor sorte. Factos são factos!
Gostaria de saber a sua opinião acerca do culto ao homem, ao endeusamento do “querido lider”, D. Rita, a Senhora diz que “se tiverem oportunidade de ver o jogo na única televisão do regime e do país” e acha que isso é democracia. Pra mim e pra muitos deste planeta, os regimes totalitários como este e outros deveriam ser extintos do nosso planeta. Pergunte a um Norte-Coreano se ele gosto do “querido lider”, claro se for lá na Coreia do Norte ele vai responder que sim porque caso contrario ele enfretara um pelotão de fuzilamento. A Senhora diz suposta democracia, então acha que há democracia na Coreia do Norte. Estamos falando de um regime que é encabeçada por um sanguinolento que não quer largar o poder e que já assassinou milhares de milhares de norte-coreanos. Tenha dó. Dizer que a Coreia do Norte é democrático, só se for na sua cachola.
Senhor Santos Silva,
Saberá, certamente, que não considero a Coreia do Norte uma democracia se ler com mais atenção o conteúdo este blogue, já com quatro anos de vida.
O senhor cola a minha frase “se tiverem oportunidade de ver o jogo na única televisão do regime e do país” com a sua frase “e acha que isso é democracia”. A colagem é sua. Mas o trabalho de edição passa por manter a essência do conteúdo. No seu comentário, resulta que o somatório do meu conteúdo é: “Rita Colaço acha que a Coreia do Norte é uma democracia”. E Rita Colaço acha – para que fique bem claro – que a Coreia do Norte é um país déspota e que atenta contra a liberdade de expressão e de movimentos dos seus habitantes. De qualquer forma, Rita Colaço não se importa de explicar mais uma vez que o que a incomoda é que façam passar todos os habitantes da Coreia do Norte por loucos só porque há um louco a dirigir aquele país.
Mas apareça sempre. Este blogue quer-se aberto à discussão.
Abraço!
Santos Silva, calma. Creio que está a virar o bico ao prego. Certas ou erradas, as considerações da autora do blog sobre as democracias não indicam, acto contínuo, que ela ache a Coreia do Norte uma democracia. Quando uma pessoa diz: “A é azul” não está a dizer “B é amarelo”. Está só a falar de “A”.
O que é certo é que os regimes totalitários e ditaduras em geral deviam ser todos extintos, nisso estamos de acordo. É uma aberração social e política, que já não devia existir há muito.
Rita, acessei este blog por acaso. Sou brasileiro. Apreciei os
seus comentários sobre a Coréia do Norte. As notícias que
recebemos desse país só o demonizam. E nos faltam isentos canais de notícias para maiores e melhores esclarecimentos.
Grato,
nelson
Muito obrigada pelas suas palavras Nelson!
Convido-o a aparecer por aqui mais vezes!
Abraços!
Rita,
Em primeiro lugar, duplos parabens!
Primeiro pela resposta. È obvio que a Coreia ou qualquer regime comunista (ou de direita) não pode ser considerado democracia. È obvio que o povo sofre, como sempre (até na democracia portuguesa) á custa de tantos “amados lideres”
Parabens por pores as pessoas a pensar e discutir ideias. Faz tanta falta…
Luís,
Nem mais! É isso que se pretende aqui: discussão de ideias!
É assim que crescemos juntos e é na discussão que se constrói a verdadeira democracia.
Obrigada!
Abraços!
Rita, o Sr Santos Silva parece ser um expert em democracia, gostava sinceramente que nos explicasse se hoje em dia vivemos em democracia!!! Sim somos livres de dizer o que queremos, sim temos a internet sem censura, podemos escrever em blogs no facebook, criticar e comentar o que quiseremos e entendermos, somos livres nesses e noutros aspectos, mas na minha modesta opinião Democracia não se coaduna com deputados a “gamar” gravadores aos jornalistas e ficarem impunes, Democracia não é prometer e não cumprir, Democracia não é prender e soltar a seguir, Democracia não é demorar anos sem fim a julgar e condenar e/ou absolver, Democracia não é enviar crianças para a Rússia só porque sim, Democracia não é ficar 900 dias á espera de consultas, ou a Democracia só é apregoada quando dá jeito?
Sendo livres somos prisioneiros do sistems criado por políticos corruptos que há 35 anos destroem o País, mas enquanto há vida há esperança.