A notícia tem alguns dias mas há notícias com prazos de validade alargados. Portanto, vamos a isto.
A China e a Coreia do Norte assinaram um acordo para que a tocha olímpica ilumine Pyongyang a 28 de Abril de 2008.
O périplo da chama tem como primeira paragem Seul, na Coreia do Sul, depois atravessa o paralelo 38 e vai dar luz a uma capital que vive às escuras.
[De AFP]
É uma chama olímpica que se vai encontrar com uma chama ideológica/filosófica. A da torre de Juche, onde estão erguidos os princípios de “uma-Coreia-do-Norte-por-si-própria”. Já por estas bandas falei que os norte-coreanos vivem ao ritmo de Kim Il-sung. Têm um calendário próprio, em que os anos são contados a partir da data de nascimento do “Grande Líder”. Nesta altura, por exemplo, os norte-coreanos estão a despedir-se do ano 96 e a entrar no ano 97.
E é neste país votado ao ostracismo que se abrem portas a uma chama de nações. Num país de noites escuras, onde apenas existem holofotes apontados para as imagens dos líderes, esculpidas e pintadas em enormes pedras de granito.
Numa das raras noites de saída, descobri duas tímidas mãos dadas. Como que a provar que, na Coreia do Norte, apesar da escuridão de Estado há amor.
Deixo uma foto minha da Praça Kim Il-sung, com a torre e a chama de Juche em fundo.