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Archive for Dezembro, 2007

A KCNA (Agência de Notícias Oficial da Coreia do Norte) dá conta do caminho traçado em 2007, rumo à reunificação da península coreana.

Numa espécie de balanço “efemérico”, lê-se que Norte e Sul atravessam uma nova e vigorosa fase e que graças a uma elevada vontade patriótica de Kim Jong-il foi assinada, a 4 de Outubro, a “Declaração para a Paz, a Prosperidade e o Desenvolvimento das Relações entre Norte e Sul”. Assinala-se também a parceria no campo do desporto, na cerimónia de abertura da 6ª edição dos Jogos de Inverno Asiáticos. Foi hasteada uma bandeira comum.

Escreve-se que o ano Juche 96 (2007) abriu uma nova Era nas relações coreanas.

Entretanto, mesmo a fechar a tábua cronológica, há essa notícia de falha no prazo estabelecido para a Coreia do Norte desmantelar e encerrar o reactor nuclear de Yongbyon e apresentar a lista completa de todos os programas atómicos. Termina hoje e vai ser impossível cumprir.

Falta remover as ligações de combustível ao reactor. O ministro sul-coreano dos Negócios Estrangeiros, Song Min-soon, acredita que esse processo ainda pode demorar alguns meses.

E há muitas outras pedras no processo. Para quem estiver interessado, aconselho a leitura em português (já traduzido da agência EFE) aqui no brasileiro Último Segundo.

Quero acreditar que Juche 96 ou 2007 foi diferente.

Só 2008 pode confirmar ou não um indulto.

Bom Ano!

 

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A notícia tem alguns dias mas há notícias com prazos de validade alargados. Portanto, vamos a isto.

A China e a Coreia do Norte assinaram um acordo para que a tocha olímpica ilumine Pyongyang a 28 de Abril de 2008.

O périplo da chama tem como primeira paragem Seul, na Coreia do Sul, depois atravessa o paralelo 38 e vai dar luz a uma capital que vive às escuras.

 

[De AFP]
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É uma chama olímpica que se vai encontrar com uma chama ideológica/filosófica. A da torre de Juche, onde estão erguidos os princípios de “uma-Coreia-do-Norte-por-si-própria”. Já por estas bandas falei que os norte-coreanos vivem ao ritmo de Kim Il-sung. Têm um calendário próprio, em que os anos são contados a partir da data de nascimento do “Grande Líder”. Nesta altura, por exemplo, os norte-coreanos estão a despedir-se do ano 96 e a entrar no ano 97.

E é neste país votado ao ostracismo que se abrem portas a uma chama de nações. Num país de noites escuras, onde apenas existem holofotes apontados para as imagens dos líderes, esculpidas e pintadas em enormes pedras de granito.

Numa das raras noites de saída, descobri duas tímidas mãos dadas. Como que a provar que, na Coreia do Norte, apesar da escuridão de Estado há amor.

Deixo uma foto minha da Praça Kim Il-sung, com a torre e a chama de Juche em fundo.

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Quando “choco” com bom gosto, gosto de fazer publicidade.

“Infiltrating North Korea”, é um blog/diário de um raro americano que conseguiu visitar a Coreia do Norte.

Neil Woodburn escreveu 16 capítulos, absolutamente deliciosos.

Aconselho espreitadela diária.

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A Coreia do Norte prometeu desmantelar o seu programa nuclear até ao fim deste ano. Já se sabia que este deadline seria curto mas sempre se foi acreditando no objectivo final: encerrar a ameaça.

Hoje, porém, lê-se no Washington Post que os cientistas norte-americanos encontraram vestígios de urânio em tubagens de alumínio, o que pode complicar as relações diplomáticas entre Coreia do norte e Estados Unidos. É que o programa nuclear de Kim Jong-il foi desenvolvido à conta do enriquecimento de plutónio. Pyongyang sempre negou usar urânio.

A Casa Branca não comenta.

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[Foto retirada da AFP]

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Em 2008, a Coreia do Sul vai ter um novo presidente que promete ter pulso firme para com a Coreia do Norte.

O conservador Lee Myung-bak venceu ontem as eleições presidenciais sul-coreanas, com mais de 50 por cento dos votos. Foi uma vitória folgada sobre o candidato do partido do governo Chung Dong-yong e Lee Hoi Chang, o candidato independente. Este resultado é, certamente, um exulto para os Estados Unidos, já que Lee Myung-bak está mais próximo de Washington do que estava Roh Moo-hyun.

Lee Myung-bak é conhecido como “o Bulldozer”. A alcunha vem dos tempos em que trabalhou no sector da construção civil. Este é, aliás, o primeiro presidente eleito na Coreia do Sul que vem do sector empresarial. Já foi patrão da Hyundai, uma empresa fundada por um norte-coreano.

Esta vitória representa uma ameaça/oportunidade para a Coreia do Norte. Lee já afirmou que não terá qualquer problema em confrontar o regime de Kim Jong-il, em relação às armas nucleares e aos direitos humanos.

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A duas semanas da entrada em vigor da Lei do Tabaco em Portugal, foi inaugurada em Pyongyang uma exposição sobre os benefícios de levar uma vida sem fumo.

Na Coreia do Norte, todos os homens fumam. Bem…quase todos. Em 11 dias, apenas vi um que não fumava: To-Tchol, um dos guias. Mas foi mesmo o único. De resto, puxam cigarro atrás de cigarro, marca chinesa e norte-coreana.

Na altura da viagem, eu própria fumava, entretanto, larguei o vício. Mas levava um volume de tabaco, daquele vermelho norte-americano, que fez as delícias do Pak. Ele que sempre falou nos “cães imperialistas”, quando lhe dei dois maços, até gritou:

– Mira! Es Marlboro original!

(é obvio que passo todas as publicidades)

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O trapézio de Pyongyang ganhou o “leão de ouro”, no 11º Festival Acrobático de Wuqiao, na China.

Os acrobatas norte-coreanos apresentaram os últimos movimentos aéreos, como um triplo flip-flap, uma pirueta e um quádruplo flip-flap. Todos em simultâneo e a 16 metros de altura. O número recebeu o nome de “Voos de Diversão”.O Circo de Pyongyang nasceu a 10 de Junho do ano 41 de Juche (corresponde a 1952) e já foi a festivais circenses como o de Monte Carlo ou Roma. Os atletas norte-coreanos que vencem medalhas ou prémios lá fora são, normalmente, recebidos com honras de Estado.

Durante a minha viagem na Coreia do Norte, o Pak Kwang Ung contou-me a história de uma atleta de Taekwondo que foi agraciada pelo governo de Kim Jong-il com uma casa e um carro, depois de ter ganho uma medalha de ouro no estrangeiro.

 

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Confesso. O coração da Coreia do Norte parece estar a bater num peito aberto e eu gostava de lá estar, novamente.

Pela primeira vez em mais de 50 anos, um comboio de mercadorias atravessou hoje o Sul em direcção a Norte. O serviço vai passar a ser regular.

A Filarmónica de Nova Iorque foi convidada a actuar em Pyongyang, tal como eu já havia escrito a 12 de Outubro. O convite foi aceite e agora Beethoven, Bach e Bernstein vão encher a sala do Grande Teatro de Pyongyang, na noite de Ano Novo. Até o hino norte americano, “The Star-Spangled Banner” (a Bandeira Estrelada), vai ecoar na capital norte-coreana.

O pequeno mundo fechado, desta península asiática, parece acordar de uma preguiça democrática e eu a-d-o-r-a-v-a regressar para este esfregar de olhos…

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Postal de Natal

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A vida tem andado agitada, por isso este post já deveria ter sido escrito há três dias, mas não posso deixar de assinalar tamanho feito.

George W. Bush escreveu uma carta a Kim Jong-il.

A missiva foi entregue ao “Querído Líder” pelo seu ministro dos Negócios Estrangeiros, Pak Ui Chun, que por seu turno a tinha recebido das mãos de Christopher Hill, o subsecretário de Estado norte-americano e enviado especial dos Estados Unidos às conversações sobre o desmantelamento do programa nuclear da Coreia do Norte.

Não sabemos se terá havido votos de um santo e feliz natal, até porque a Casa Branca recusou publicar uma cópia. O presidente norte-americano terá escrito, no entanto, a carta num tom cordial. O desmantelamento nuclear norte-coreano deveria estar pronto até final deste mês, mas as coisas estão atrasadas. No entanto, parece haver alguma flexibilidade de Washington. Foi essa “paciência” com alguns limites que Bush pareceu demonstrar na carta.

Certezas, certezas só mesmo quanto ao remetente. Bush endereçou a carta ao “Dear Mr. Chairman”. Dá-se apenas o caso do “Dear Mr. Chairman” ser “Dear Leader” na Coreia do Norte, mas tudo bem. E em 2002, Bush disse mesmo que Kim Jong-il lhe provocava uma “reacção visceral”. O resto já se sabe: a Coreia do Norte, em conjunto com o Irão e o Iraque, formavam o “eixo do mal”, e por aí.

Ho, ho, ho! Merry Christmas!!

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