As notícias surgem e desaparecem como uma bomba.
Rápidas e implacáveis. Desaparecem pouco tempo depois do primeiro impacto. As marcas, para os que são atingidos, permanecem, ainda que silenciadas na torre da informação.
Andrei Lankov é um professor russo que dá aulas em Seul. É especialista na questão da Coreia, norte e sul. Escreve para o blog North Korea Zone. E escreveu, há uns dias, que a agitação provocada pelas armas nucleares norte-coreanas está a passar.
De facto, há como que uma nuvem radioactiva nesta matéria. Depois da explosão, o perigo continua lá, mas como lá fica muito longe, lá é com eles.
Cá, em Portugal, também já passou a agitação provocada por Kim Jong-Il. Em Portugal e no resto do mundo.
É por isso que o querido líder continua a testar as armas enriquecidas a plutónio. Para que a memória não se apague.
No entanto, parece que os norte-coreanos estão a ser invadidos pela dúvida.
O jornal sul-coreano DailyNK – sobre os direitos humanos na Coreia do Norte – fala de insurreição no norte da península coreana. Parece que a população começa a desafiar o regime e as autoridades estão mais fragilizadas. Já não conseguem impedir facilmente o protesto.
Estive 10 dias na Coreia do Norte. Fiquei impressionada pela incapacidade que os norte-coreanos têm em questionar seja o que for. Miss Kim, uma jovem estudante de inglês, é paradigma dessa inépcia. Vou falar dela mais à frente neste blog.
O recurso aos testes nucleares, mais do que pôr à prova a paciência da comunidade internacional, parece estar a despertar a interrogação daquele povo.
Assim seja!